Tanques, bombas e uma iminente guerra. 
A pergunta é, quem é o inimigo? Contra o que ou quem lutar?
A resposta é clara, é óbvia, mas não é tão compreensível aos desavisados.
A guerra é contra mim mesma, o conflito, a destruição, o bombardeio é contra mim. 
Não me vejo propriamente como inimiga, mas sim como o outro lado, o oposto do que eu deveria ser.
Quero me respeitar mais. Quero me olhar mais, me escutar mais. Quero chegar em um consenso comigo. Só que eu tenho um defeito. Eu sou teimosa. Eu sou virginiana demais e faço as coisas muitas vezes por impulso e ultimamente meus impulsos têm sido instigados pelo meu coração, ou pelo menos é o que parece. Na verdade, meu coração está um tanto calado, pois acha melhor não dar sua opinião por hora. Ele sabe o que fez, ele sabe que teve participação nesse caos em que me encontro e não quer se acusar e nem se defender.
Mas dentro do contexto bélico que aqui citei, eu quero poder me enfrentar mais impavidamente, sem recuar, sem hesitar, sem tentar erguer a bandeira branca. 
Se precisar, passo noites, dias, meses em trincheiras para me esconder e permanecer neste campo de batalha, dando vida a este conflito. Quero me vencer e me fazer prisioneira, mas quero me prender para me sentir livre. 
Ela dá voltas no mundo, destrói as minhas estradas, inflama minhas feridas, passa por cima do meu orgulho, me apunhala, me úlcera e vem sorrindo como se tivesse acabado de me conhecer. Ela é o diabo. Ela não tem chifres, ela não tem rabo. Mas posso dizer que ela quer a minha alma. Ela quer me condenar ao fogo do inferno. Ela quer me condenar à danação eterna. Ela quer me condenar a ela. 
Ela me procura quando todas as portas fecham em seu rosto. Sou sua última chance. Sou o que resta. Sou a derradeira. A que fica esperando. Sou seu gole d’água quando todos os oásis do deserto se mostram secos.
Estou lutando contra mim para não mais ter que enfraquecer diante das tentações desta inimiga. Para muitos, o mais certo seria lutar contra ela, mas é fato que seria uma luta perdida. Quem precisa ser vencida sou eu. Eu é que preciso ser derrotada e não mais fazer o que não devo. Se eu não me vencer, eu morro de amor. Se eu permitir que ela venha e me invada, eu perderei a dignidade e o meu coração. Estou à beira do abismo. Escolho se pulo ou se volto pra casa. É burrice pensar que a uma altura dessas adquirirei asas:
 - Não, sua estúpida! Você não vai voar! Acovarde-se hoje e tenha a maior das coragens amanhã! Não se jogue em algo que você não vê e conhece, se sabe que lá no fundo a superfície irá te machucar provavelmente até a morte. – A minha voz interior quis me salvar.
Talvez não precise desta batalha contra mim, talvez não precise haver tanto derramamento de sangue para que eu viva. Mas eu tenho que aprender a medir tudo a minha volta. Preciso me lembrar da sábia frase do Dr. House: “Todos mentem”. A mentira dói, mas mostra quem são as pessoas. Então tudo tem seu lado positivo. Até um câncer pode ser positivo de alguma forma.
Vou me enfrentar, mas serei justa comigo. Seremos amigas e não permitiremos
 que pessoas com deformidades na volta do coração e no caráter, venham outra vez transformar em cemitério o jardim que tanto tempo levei para construir. Deixem minhas rosas, pois elas sentem o mesmo que eu!
 Eu vou com tudo. Que vença a melhor parte de mim!
“Se quer paz, prepare-se para a guerra.”
(É tudo interno e acaba se refletindo no externo)
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