E se for?
Tenho medo que seja. Tem cheiro de flores pela manhã e de morte pela noite. Não pode chegar, se instalar, se infiltrar em minha vida e deitar no sofá, como se fosse hóspede. Não quero mais aqui! Isso tem que residir em outras veias, em outros braços, em outros corpos, outras almas, e obviamente em outro coração, pois o meu não mais deixará tal sentimento fazer casa em seu interior.
O tempo passou, outros dias chegaram. Eu vi um sol mais quente, mais reluzente, vi outras faces mais vivas, mas ainda me senti como a mesma pessoa.
Como me achar? Não sei.
Será que não acabou? Será que ainda há resquícios, pendências? Não cabe a mim trazer isso de volta, mas e se for para voltar? E se o seu lugar for aqui, dentro de mim, se for parte de mim? Se for eu? Não posso ficar sem mim, esparramada, pela metade, anêmica. Eu preciso do complemento. Não quero que o meu complemento seja aquilo. Não mesmo!
Estava tão longe, ou se estava perto, parecia estar dormindo em sono profundo, em plena letargia. Por que ousaria acordar agora? Esse sentimento é sonâmbulo, pois dorme e vive em movimento, caminha, se comunica, mas não está consciente e isso tem salvado os meus dias.
Não venha bater em minha porta e reabrir a minha cicatriz! Fique bem longe de mim!
Vou dormir de luz acesa, pois eu tenho muito medo desse escuro que vive dentro de mim. Esse escuro se chama "meu eu".
A briga dos anos, do tempo que passou e não levou. Talvez tenha levado, mas não levou tudo. Ainda dorme aqui, ainda acorda em mim. Não houve o óbito, apenas o coma. Estava em coma. Preciso que esse coma permaneça até o fim. Não quero mais viver isso. Tempo demais. Três anos é tempo demais...
Está fazendo falta, mas o que é?
Estou com saudade de algo ou alguém que não existe. Preciso quebrar minhas paredes e descobrir o que me espera do outro lado...
Há muitos monstros, muitos inimigos, perigos, mas também há os abraços e os sorrisos.
Eu busco aquela, a única exceção...
Ela.
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