quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eu gosto é do gasto...

Estou no escuso, no limbo, no beco aspirando miasmas, vendo a podridão e a gangrena da multidão que ali se escora. Eu estou me vendo ontem e estou me vendo agora...

Estou no limite do desassossego, do impossível, do tridimensional, do invisível e do visceral...
Busco razões, mas não as quero explicadas, busco relações, mas não as quero adulteradas, eu quero sim e não quero não...

Não me entendo...

O meu apego, o meu sentimental, meu desespero é precisar me estabelecer com o mal, para tirar de dentro de mim tudo o que é do bem...

Eu gosto do gasto, do estranho, do imundo, do caolho, do impulso, do estragado, do doente. Me encanto pela sujeira, pelos vícios, pelo lado negro. Preciso, preciso e preciso! Preciso do que não presta, do que tem sangue ruim.
Sou criminalmente apaixonada pelo imoral, pelo difuso, discriminatório. Eu gosto da periferia, gosto do esgoto, do mal mastigado, do lambido, do torto, das linhas paralelas. Eu gosto das insanas, gosto das profanas, sanguessugas e gosto delas, gosto de matar a minha sede em águas contaminadas.

Eu sei por que, eu sei! Eu preciso perder a minha pureza, deve ser e se não é, deve ter um outro por que...

O coração? Esse já não fala mais aqui, está fora de combate. O coração precisa dormir, precisa de disfarces,  mas não tem poder algum, eu garanto.

Estou escondida, estou à mostra, estou submetida, estou de costas, mas não estou esquecida e nem indisposta, apenas um pouco envelhecida e imposta.

- Terás paz, terás prazer. Terás mais dias de sol do que seus olhos e sentimentos poderão ver, mas terás calor, terás luz, é só abandonar essa cruz e começar enfim a viver. - E foi assim que comecei a existir, deixando de ser quem não era.

Menina boba!


Dentro de mim, tudo, fora, um mundo...

Não deixe de querer, apenas não insista em pensar. Jogue o que não presta fora e vá embora. Há uma colheita que te espera. Vida nova. Vida certa.


Eis o ciclo....

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