quinta-feira, 13 de junho de 2013

Então, ela é linda, me lembra rios de flores perfumadas que se jogam suavemente sobre minha cama, afim de fazer amor comigo até que eu perca as minhas forças. Ela me chama de amor, e eu despejo sobre a mesma, a minha máxima concentração de vida, desejo, meus intervalos de loucura, meu prazer e o que eu joguei fora das minhas temporadas de solidão. Meu inverno sutil e frio, minha primavera de flores vivas de Amsterdã, meu outono de eucaliptos e meu verão de brasas e magmas.
Ela mostra para mim a dimensão de literatura que nem os grandes poetas, romancistas e dramaturgos poderiam escrever. Nos olhos dela e na ponta de seus dedos, ela vê e tateia em alto relevo as minhas cartas, meus versos, minhas poesias que vagam e divagam sob minha pele, e que se misturam às minhas veias na intenção de seguir até meu coração.
Bebo sua vida nas breves poças que ela derrama em minha boca. Ela hidrata a minha sede, a minha necessidade por diversão, vida, afeto, proteção. A loucura dela me fortalece, me da a espera, a continuidade. Não vejo o que vem de dentro daqueles olhos que lançam a mim seus mistérios. O seu olhar é um trabalho de parto, ela pare pelos olhos e deles nascem a expressão mais linda que já vi.
Quando mergulho naquele lago de palavras que não estão preparadas para serem ditas, eu deixo a correnteza me levar, pois sei que de alguma forma perversa e visceral, irei parar dentro de seu túnel, de seu corpo, darei volta em torno de coração, para quem sabe assim, um dia ela me convidar para entrar.
A lua que nos olha, lança um fogo que queimaria até o sol, pois nós duas somos astros e rainhas, somos maiores e mais intensas. Engolimos as certezas e desperdiçamos o tempo para que ele se nivele a nós.
Cantamos canções que ainda nem sequer foram escritas, conhecemos o futuro, pois o farejamos de antemão. Nossa ligação é mais que cármica, é celular, estamos no mesmo grupo, na mesma viagem sem direção.
Não gosto de brincar com palavras que se levam a sério demais, pois elas seriam capazes de me cobrar atitudes e verdades que ainda não foram transcritas para o papel de nossa relação. Entretanto, o que vem de mim e sai, vai até ela e me beija, me lambe e me joga no chão, de joelhos, para que eu sacie sua libido, é aquilo que o mundo aprendeu a chamar de amor. O meu amor é meu, é dela, é nosso e ninguém jamais seria capaz de vê-lo, tocá-lo, senti-lo, porque ele é feito sob medida. Esse amor tem nossas cores, nosso DNA, nossa saúde, nossa arte, nossa morte.
Não a quero presa a mim, eu a quero livre em mim, para que sejamos uma só, sem misturas, apenas um fato, uma constatação infame, dispersa, lunática e vulgar.
Nossos arroubos exibem esferas que giram e nos encantam. Meus sentimentos de fraqueza vegetam e dormem nas mãos dela.
Somos colibris em voo livre, de mãos dadas e suadas. Nos desprendemos da realidade como libélulas e abraçamos o mundo como leoas.
Se posso viver com ela assim, que outro tipo de vida, poderia eu estar interessada em viver?

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