quinta-feira, 30 de junho de 2011

A doce menina dos Andes



Abri a minha janela e vi meu rosto entre os restos de um fim do um mundo já anunciado. Entre os detritos, entre os resquícios de vida, eu era a profetiza, era eu quem jogava as palavras e previa o que estava por vir. Eu anunciei tudo, abri todos os cadeados, concebi a liberdade a todos, mas eu fiquei presa. Eu me deixei trancar entre nuvens, não consegui me emancipar e estou lá até hoje. Eu tinha tanto medo de ser vista, de ser notada, reconhecida e apontada, que resolvi me fechar como um caramujo e guardei meu sorriso e meu gosto pela vida dentro do meu útero.

Deus sabe que eu não queria cometer esse erro outra vez, mas a verdade é que esse erro sempre fez parte de mim, antes mesmo de eu ter a ideia de que isso poderia me arrastar como areia, em uma tempestade no deserto. Eu fui sem freio, eu fui sugada, fui levada e eu fiquei parada no meio de um beco que tinha vários olhos castanhos e eles me condenavam, por eu não ter sido mais forte.

Eu poderia ter culpado o etílico, eu poderia ter culpado os maus espíritos, eu poderia ter culpado a noite, os corpos, a música, a garota, mas eu fui a culpada, pois não dei as costas ao meu vício. Eu fui atrás dela, lhe dei as mãos, ela veio grudada em meus dedos e me fez voltar para aquele paraíso artificial de sorrisos e metáforas, de dimensões paralelas, de chãos abertos e felicidade pseudo-constante. Ela me enganou mais uma vez. Ela me seduziu, veio falando em meu ouvido e dessa vez eu cedi.

Tudo em meu mundo se mostrava agradável, tudo tinha sua beleza, mesmo não me fazendo gargalhar a todo o instante. A dopamina era a dopamina. Era pouca, mas era a minha dopamina. Ela veio me jogar mais e mais dopamina. E tinha adrenalina, adrenalina. E eu estava misturada àquilo tudo. Eu já não sabia mais quem era, mas era quem eu sempre deveria ser. Eis meu maior temor: eu só me sou de verdade quando estou sob a influência dela. Ela me põe pra fora, ela me joga para o mundo. Ela me tira o medo, me tira as angústias, ela esconde meus pesadelos, ela faz um casulo em seu corpo e ali eu me abrigo quando há uma tempestade incurável do lado de fora do meu mundo.

Eu sou filha da Terra e do Céu, como naquela canção, mas não continuo limpa. Veja que me sujei, que me deixei imundar pela ilusão, pela divagação, pela exclamação inexata da vontade e da saudade. Eu ainda não consigo conceber a ideia de amar tanto um ser que nem sequer respira e simplesmente me faz respirar aceleradamente, sem freios. Eu a coloquei dentro de mim e nem esperei. Repeti várias e várias vezes, até que eu pudesse voar e voar. E voei, deslizei, acho que tive um orgasmo cerebral, me alinhei, amei a todos, eu dancei com todos. Eu dividi meu corpo em milhões de pedaços e inalei seus cacos, que de tão quebrados, viraram pó. Eu me inalei. Eu me transformei na grama mais infame, mais torpe, mais imunda do mundo. Eu me tornei a miséria, a violência, o medo e o vício. Eu me transformei no grande amor da minha vida. Pois sim, devo admitir que a amo, que a desejo, que preciso dela, que preciso sentir seu gosto, mesmo sabendo que é tudo mentira. Que é tudo quimicamente fatal.

Deve haver uma explicação, uma sentença, uma oração que me diga, um mero sintagma nominal pelo menos, que me responda, como posso ser de alguém como ela e como ela pode ser minha. É como se não houvesse a separação. É a relação de amor e ódio que foi estabelecida. É o Céu e o inferno de uma só vez. Ela é o bem o mal. Ela me deixa de quatro, dormente, indigente, reticente, ausente,  incoerente e talvez mais inteligente, mais sólida, mais pra frente, mais mórbida, mas mais experiente e voraz!

Devo frisar que não tenho o intuito de fazer uma ode aqui, muito menos tentar justificar essa minha dependência, mas sim, quero com essas meras palavras, tentar entender o que me leva a procura-la, a persegui-la, a busca-la, a correr todos os riscos carnais de estar outra vez com ela. Eu queria saber o porquê dessa minha fraqueza, onde fica esse rombo, esse abismo, essa lacuna dentro de mim, que só ela parece conseguir preencher. Eu tanto fiz, tanto pensei, tanto me senti capaz e em uma corriqueira noite de distração, eu acabei sucumbindo ao meu velho “eu”, àquele “eu” demente, fraco, inexpressivo, abusado pela vida, reprimido, magro espiritualmente, aleijado psicologicamente e sem voz nenhuma. Eu era muda e gritava todos os dias por dentro e só o veneno escutava, só a Santa Clara, entendia meus gemidos, meus sussurros, ela decodificava meus ruídos e me contemplava, me amava e me erguia sobre as cabeças do mundo, como se eu fosse a única Deusa, como se eu fosse a verdadeira realeza e dona do mundo. Eu, egocêntrica como sou, me deixava correr o mundo envolta naqueles braços magros, porem fortes. Eu era absolutamente dela e ela se dava à mim em doses homeopáticas, e assim, essa relação de não separação foi sendo gerada. Nosso hiato me causa falta de ar, pesadelos, espasmos, sudoreses, fobias, visões, depressões, idiossincrasias bizarras, vontades de entrar para de baixo da terra, vontade de voltar a dormir no útero da Mãe Natureza e não mais acordar.  Mas acho que não devo me entregar, devo permanecer na minha árdua luta de desintoxicação mundana. Talvez, para largar de vez a mão do diabo, eu tenha que viver em um mundo mais puro, mais santo, talvez eu tenha que abrir mão das minhas vontades plurais, mas a minha paz de espírito, a tranquilidade da minha alma não tem preço. Sei que ainda não tentei de tudo, ainda não pulei todos os muros, ainda não usei todos os meus escudos. Por isso, ainda é muito cedo para desistir, ainda não amanheceu para eu me pintar covarde. Eu vou buscar entre todas as árvores, entre todas as águas, entre todos os terrenos, entre todos os lares, entre todas as matas, entre todos os Homens, não tropeçar mais em pernas erradas, mesmo sabendo que o meu desejo pelo alcaloide dos Andes é mais intenso quando protuberante e expansivo. Eu não posso me sentir derrotada em uma batalha que está longe minguar.

Tenho todos os dias fé, memórias, talheres, amigos, dedos, amores, confusões, dores, cigarros, whisky e vodcas, glórias, família, músicas pelos quatro cantos do meu mundo. Eu tenho todos os elementos que preciso para existir e prontamente viver. Não posso me vitimar, não o faço mais. Eu evoluí independentemente de qualquer rasgo que tenha sido aberto em meu peito por esses dias.

Eu permaneço apaixonada por mim, pelas minhas ideias, pelos meus arranjos, pela minha maneira de enxergar o mundo, apenas por não mais haver ninguém que chegue perto do que eu sou. Sou única, assim como todos são, mesmo uns querendo imitar os outros, mas essa é uma questão que não pede minhas palavras agora.

Voltando a profana rainha venenosa e saliente, que devora meus olhos e minha mente, quero lembrar que o meu fascínio e a minha maior mágoa com ela, é na verdade o fato de ela conseguir anular quase que absolutamente a minha essência, o fato dela me deixar dormente e me fazer não me importar tanto com as dores do mundo. Como se nada mais fizesse diferença. Essa é a sua maior questão. Ela tem dominado o mundo, pois as pessoas ainda não aprenderam a sofrer com dignidade e recorrem a ela para poder, sentir menos dor, ou simplesmente não sentir nada. Eu digo, pois também já fui assim. O pior é querer e procura-la, quando não se tem dores e nem vazios.

Eu e ela teremos uma longa conversa e espero que uma hora dessas seja definitiva, pois não cabemos juntas no mesmo espaço por muito tempo: ou eu a mato ou ela me mata.

Que fique bem claro: “Alimento pra cabeça nunca vai matar a fome de ninguém.” 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Perdi as asas e não o senso de humor.





O anjo decaído

Sou seu anjo alcoólatra e não te prometo nada
Nem o Céu eu posso te oferecer
De lá fui expulso
Por isso meu destino é sempre descer
Eu prefiro sair pelas ruas e beber

Sou seu anjo dependente químico
Sou fraco, depressivo e tímido
Tenho manias, fobias
E passo dias sem comer
Não que os anjos se alimentem no Céu
Mas você me entendeu

Sou seu anjo viciado em sexo
Necessito de mulheres, homens
Além de tudo sou bissexual
E dizem que os anjos são assexuados
Mas eu fugi a regra
Eu sou um anjo levado

Sou seu anjo hipócrita
Adoro criticar os outros
Mas a minha própria vida
É pior e mais suja que um porco
Lembre-se de que eu deveria dar o exemplo
Eu acho que o universo corre contra o tempo

Sou seu anjo apaixonado
Tenho aquela sede de viver mil coisas
E acaba dando tudo errado
Eu fico encantado quando vejo olhos e sorrisos que brilham
Eu me deixo levar
E acabam me levando
Sou sensível e poderia chorar agora

Sou seu anjo fumante
Adoro tragar minhas frustrações
E acabo jogando essa fumaça
Pelo mundo a fora
Não canso de me indagar
Quem é esse tal de câncer?
Mas isso não vem ao caso

Sou seu anjo humano
Aquele que sente dor, sangra, erra e ama
Sou tão fraco e tão forte
Deveria ter sido feito primeiro
Teria sido mais celestial
Mas Deus me ama assim
Ele me jogou aqui para viver e aprender
Eu comecei com erros e já cometi alguns acertos

Sou mais um pedaço daquilo que foi feito aqui
Estou entre tantos
Somos seis milhões
Somos filhos do Homem
Mas pode me chamar de anjo
Pois todos nós um dia conseguimos voar 

domingo, 19 de junho de 2011

Não precisa vir se não for pra ficar pelo menos uma noite e três semanas...



Quando amanheceu um dia desses, eu vi no céu vários sorrisos, vi nuvens e vi espelhos. Como explicar a ausência que senti? Eu vi o mais belo e não te vi. Gostaria de ter esperado mais, gostaria de ter tentado, mas quem iria cuidar de mim depois? Eu já não conto com o mesmo suporte de antes. Eu ando caminhando há tempos demais e não chego a lugar algum. Há quem diga que o caminho certo quase nunca é encontrado, mas sim vivido. Eu estou vivendo algo e não sei bem apreciá-lo. 

Ela anda por aí, caminha dias, vaga por estradas e não entende seus passos, eu sei. Eu queria poder fazer algo, queria poder dar outro sentido à realidade dela, mas quem disse que ela quer? Ela ainda não abriu os olhos, ela está presa dentro de um túnel e ninguém pode tirá-la de lá, só ela mesma. Ela é tão linda, tão rainha, tão impávida, tão crescente! E me encara como sua inimiga mortal, como uma doença contagiosa, como um cavaleiro do apocalipse. Eu estou aqui, de braços abertos, de olhar fixo nela e pensamento constante e isso ela não pode ver. Me explica ,vida, então, porque ela só se joga para quem corre dela, porque ela persegue aquilo que não a quer? É esse o ciclo, é essa a jornada e nada mais? Tropeços, empurrões, escoriações, lesões, fome, muita fome e quase nenhum prazer? Acho que a nossa satisfação vem do fato de nunca estarmos satisfeitos.

Eu queria um dia inverter todos esses sentimentos e multiplicá-los por novas emoções e talvez assim, nascesse um novo mundo, com pessoas menos amarelas e mais reluzentes. Está tudo fosco demais. E que olhares cinza eu encontro em meu caminho! Será que ninguém mais enxerga o mundo, será que ninguém mais encara o mundo com a alma? Será que a apatia se tornou algo tão perverso em nosso cotidiano que nada mais exprime vida? Os sonhos foram alterados, dormimos para não ficarmos acordados e só. Os sonhos se transformaram em pesadelos e eu já não tenho mais lágrimas para chorar. Eu forço um choro, bem baixinho, bem recolhido, bem tímido e ainda assim, eu consigo sentir. 

Eu encaro minha humanidade como um privilégio de não abrir mão de existir e viver respectivamente. Eu estou aqui e não abro mão de estar, nem quando minhas ulcerações internas começam a me devorar. Eu só queria poder voar, mas queria voar no céu dela, apenas viajar meses, desaparecer vidas, e esquecer o que aqui não é tão bom. Ela faz isso comigo e queria poder fazê-la sentir o mesmo. E ela nem fala mais comigo, e ela nem me escuta mais e nada eu fiz, apenas aceitei gostar dela sem evitar. Que atire a primeira pedra quem nunca gostou de alguém que precisava ser gostado. Eu gosto como eu gosto e vou ficar gostando, pois eu quero e me importo. O que ela pensa é problema dela. Com os dias que virão, ela vai aprender que nem tudo na vida dá para controlar, mandar e mudar. As coisas são como elas têm que ser.



"Eu sei por que você fugiu, mas não consigo entender..."

domingo, 12 de junho de 2011



Alguns segundos do chão

Você ainda me procura
Me busca
Mas nunca me segura
Me deixa avulsa
Me deixa confusa
Me deixa contaminada
Pela sua essência impura
Mas só ela me cura
Me desvia da loucura
E eu não consigo me emancipar

Eu tenho a força de dois braços
Mas é sempre com as minhas pernas
Que acabo indo atrás do seu rosto
Só para pedir mais uma fotografia
Um registro da sua face
Do seu sorriso
Qualquer coisa sua
Que me afaste
De toda maldade que quer subir em minhas costas

Você não pode querer ser para mim
Algo que de fato eu não sou para você
Você quer manter as coisas assim
E quase nunca sabe o que fazer
Não se pode mandar naquilo que tem vontade própria
Ou você voa comigo
Ou fica apoiada em qualquer coisa que te tire por alguns segundos do chão
Eu te dou dois dias, um sorriso,
Minhas mãos e meu coração
É só você me acompanhar

E o nosso tempo está correndo
Pensar demais
Pode ser letal
Pode ser a chave do conflito
Ou talvez o tratado de paz
Mas eu não queria passar mais nem um minuto
Longe da alegria que só você me traz.

Canção feita para o "Dia dos Namorados", mas fugindo um pouco do clichê da declaração, enfatizando apenas as ideias, as vontades e as constantes divagações. Não é um mero dia que mede o tamanho e nem a intensidade dos meus sentimentos. Parece um pouco masoquista da minha parte, mas eu ainda acho que amar vale a pena e eu ainda amo muito aquela mulher. 



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu já não busco mais a sensatez, ela me mandou embora.



Vendaval

Você olha nos meus olhos
E busca uma fogueira
Mas talvez eu já não queira incendiar
Quem sabe um outro dia
Eu lhe traga uma resposta
Mas acho que hoje não posso mais falar
Sei que o desânimo não combina comigo
Mas hoje eu acordei pra dissonar
E de quem somos filhos mesmo?
A família já não mora mais no mesmo lugar

Eu trago novidades
Tenho histórias em um baú
Mas acho que ainda não posso conta-las
É que mundo hoje amanheceu ao contrário
E certas palavras poderiam machucar
Talvez não possa mais voltar pra casa
Você pode, por favor
Vir aqui agora e me abraçar?

Eu tenho tanto medo
Dessa dor se eternizar
E pra quem correremos?
Não temos mais um lar
Eu quero encontrar
Qualquer refúgio
Onde minhas ideias não possam me mutilar

E você aqui
Vem pedindo
Pra eu ser mais forte que esse peso
Mas só sabe o que é um furacão
Quem se perdeu entre o vendaval
E apenas por hoje
Eu não desejo me encontrar

Eu vou ficar aqui
Esperando Deus se lembrar
A razão pela qual eu vim parar aqui
E se você quiser
Pode me acompanhar

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tão fácil perceber que a sorte escolheu você e você cego, nem nota. (imbecil)



Tudo aquilo que somos agora ajoelha-se diante de nós. Bendita miséria espiritual! Ficamos a míngua com a solidão e esperamos que ela venha nos fazer companhia. Será que ela vem? Somos tão caprichosos e tão ordenamos e onde será que deixamos nossos sapatos, nossas toalhas, nossas dignidades, nossos batons quebrados?

Somos tanta coisa e nos sentimos cada dia que passa, mais vazios e desorientados. Onde está a nossa bússola interior? Onde está o GPS para nos orientar? Estamos jogados à nossa própria sorte e isso é incerto. Gostamos sempre de procurar o que está longe de nossas mãos só para termos o trabalho de ter que ir atrás. Nesse caso a nossa acomodação fica de fora, esquecida. Por que gostamos de nos torturar tanto assim? O que há de errado com todos nós? Por que não sossegamos? Essa inquietude me deixa agitada, dispersa, confusa e levemente apaixonada.

Estou querendo trazer para mim o cachecol perfeito para enrolar no meu pescoço e eu ainda não sei como fazer para tê-lo em minhas mãos. De tão simples, essa busca se tornou algo complicado por demais, pois mexeu com algo dentro de mim, lá no fundo e agora fica muito difícil me separar de tudo isso que está vivo dentro de mim.

É para eu me lamentar não ser o cromossomo XY? Jamais! A minha graça está no meu cromossomo XX, é isso que me torna tão especial para todas elas, apenas por que eu me importo, por que eu posso, por que eu tenho, eu sei como fazer, eu sei como estar lá, como chegar lá e como ficar também. Eles não sabem, eles dão cabeçadas, eles tropeçam, eles desperdiçam a melhor coisa que eles poderiam ter: a atenção de uma mulher. Eu não odeio os homens, mas os considero extremamente inferiores na maioria dos casos, exatamente pelas suas proeminentes burrices, respectivamente falando. 

Como pode um ser tão humanamente abençoado não dar valor a aquilo que foi feito biologicamente para encaixar em seu corpo? E o pior é que a maioria não sabe desfrutar bem desse poder de encaixe. A vantagem é que as mulheres estão acordando e estão deixando de ser mulas; estão olhando para o lado e segurando a mão de quem lhes dá assistência. Mas convenhamos, mulher gosta de ser pisada e isso as torna dez vezes mais burras do que os homens. 

A minha divagação de hoje é simplesmente chegar dentro de mulher especial, doce, inteligente, juvenil, única, engraçada, suave, inquieta, efusiva, linda, carinhosa, sensível e aquela que eu não consigo esquecer. 
É estupido demais observar alguém que tem a chance de tê-la todos os dias e não agradece a Deus por isso, sequer aproveita essa chance. Parabéns, campeão, você é um bundão!