Terminamos.
Você saiu para se buscar
Eu fiquei na minha vida.
Você se perdeu mais uma vez.
Eu ri e sentei na beira da calçada do meu medo de sentir
sua falta.
Você andou em voltas, olhou para o céu e disfarçou quando
pensou em mim.
Eu beijei outra garota, fiquei encantada, mas quando o
efeito passou, a minha bad trip dizia o seu nome.
Você jurou amor a novas e duvidosas amantes, mas não
conseguia acreditar em si mesma.
Dialogou com pessoas que não te absorviam, mas precisou
desabafar.
Me odiou em silêncio, quis me jogar no esgoto dos seus
sentimentos. Você falhou.
Eu senti um nó na garganta. Respirei fundo, olhei para o
lado e vi a tal garota que me encantou. Ela é legal, mas não me conhece como
você. Ela é legal, mas não tem aquela ligação estranha que temos. Ela é legal,
mas... Não poderia me tocar no lugar mais estranho da minha alma como você fez.
Acho que é só sexo mesmo.
Você tentou ser outra pessoa, mas como poderia querer ser
diferente se suas atitudes permaneciam as mesmas? Você se sentiu triste, mas
ignorou, decidindo assim manter as coisas como estavam.
Eu acordei estranha, com ideias incompletas. Desejei coisas
que não faziam sentido, mas qualquer coisa era melhor do que desejar você. Seu rosto
me dava nojo.
Você lembrou do meu beijo, do calor do meu corpo e de
como conseguíamos transformar um único momento em milhões de razões pra sorrir
de graça.
Eu ameacei chorar um pouco, mas segurei a onda. Decidi que
seria forte, ainda que estivesse cambaleando por dentro.
Você achou que merecia se divertir e foi buscar seus
sonhos em conserva, nas mãos dessas vadias pra quem você dá e come.
Eu te odiei e te achei ridícula. Te vi no shopping e
quase aplaudi a sua cara-de-pau. Apenas disse “oi” por ironia.
Você fingiu não me ver. Me respondeu o “oi” como se eu fosse o sarampo em pessoa e pudesse
te contaminar instantaneamente.
Eu me senti estranha, mas com fome e almocei com um tipo
de apetite diferente.
Você ficou com a minha imagem na cabeça, mas tentou
fingir que não estava nem aí, pra si mesma.
Eu senti desejo pela loira que conheci, mais uma vez.
Acho que ela era meu para-raios naquele momento ou talvez apenas uma boceta que
me dava arrepios de tão gostosa. Ela é difícil, sabe? Acho que é isso que me
instiga.
Você se sentiu vazia e comeu uma daquelas porcarias que
só te fazem engordar. Você olhou pro seu cachorro tentando buscar alguém ou
alguma resposta, de alguma pergunta que você ainda não sabia como fazer para si
mesma.
Eu decidi me afastar de vez do convívio de pessoas que me
deixassem beirando um transtorno psíquico, isso incluía você também. Eu estava
muito estranhamente intoxicada pela essência da loira lá.
Você se sentiu superior e fez mais besteiras. Mas no fim
você só queria colo e atenção de alguém que te entendesse. Você quase sentiu
saudade de mim, mas se policiou.
Eu tentei me convencer de que tudo que aconteceu entre
nós foi uma mentira e que na verdade eu nunca gostei tanto assim de você. Eu falhei.
Bom, você, onde está agora e/ou o que está fazendo, eu
não sei, prefiro ignorar e não trazer pra dentro de mim. Não sou gestante do ciúme
nesse caso, pois já abri mão de você toda, entretanto, a lacuna da sua presença
e de tudo o que você me representava, me persegue e com isso não aprendi a
lidar ainda.
Passei a ouvir Radiohead com mais intensidade, na ideia
de escrever a canção ou texto que expressasse o que sintia e olha, eu acho que
consegui.
Você nunca irá ler isso, porque não merece. Mas foda-se,
terminei!
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