quarta-feira, 18 de julho de 2012

"...Sem carinho, sem coberta, num tapete, atrás da porta..."

Pois bem, ainda não sei como, talvez duvide de tudo que me cerca, inclusive de mim mesma, mas quero ainda descobrir que porra é essa! Não faz sentido, me irrita, está tudo junto, misturado, aglutinado, me encanta, me enjoa, me eleva, faz de tudo comigo, mas não me deixa entender. Preciso de respostas e já!


Começo a procurar fora de mim indícios de um lugar, um caminho que me leve para aquilo que dentro de mim se escondeu, quero ver pelo mundo a fora, onde anda o pedaço meu que saiu para comprar cigarros provavelmente e nunca mais voltou. Eu estou fadigada de estar aqui e não permanecer em lugar algum. Não são dramas, nem complexidades trazidas por mim, apenas estou buscando a verdadeira Michelle A. Valle nessa confusão que chamo de vida.


Hoje pensei, engoli a seco, deixei as lágrimas correm minha face a baixo e descobri que há muito mais para ser arrancado de dentro de mim do que imagino. Há um acúmulo de ideias, esperanças, sonhos, lembranças, passados e mais passados. É como se no fim, nada e nem ninguém fosse embora de verdade, a vida e a juventude dos corpos se vão, mas o arcabouço fica dentro de mim, se fossilizando, e quando vem a primeira leva de terremoto emocional, tudo vem a tona, inclusive o miasma dos cadáveres que levaram um bom tempo para entrar em decomposição, até chegarem aos ossos, fósseis enfim...


Como não podia saber pelo que chorava, ou o que lamentava? Ora, a melancolia era minha e eu tinha o direito de deixa-la passear por dentro de mim, como a mesma sempre fez. Queria ao menos saber se ela tinha alguma novidade dessa vez, pois me cansei das incógnitas, dos mistérios, das esfinges apresentadas a mim, com a mais clichê das frases: decifra-me ou te devoro. Eu devorei a minha ânsia de querer saber mais do que me era permitido de fato. Eu me engoli.


Parece fácil e é, mas não é tão prático assim. Tudo tem um peso diferente quando se analisa pelo ângulo interno, como eu. É meio que assim: quem está de fora, banaliza, faz pouco caso, não vê relevância e julga ser capaz de passar por certas situações sem pestanejar. Já quem está pelo lado de dentro, sua frio, treme na base, pensa em mil maneiras de trabalhar as ideias, de contornar, mudar, superar, de fazer tudo de uma maneira onde a dor seja inexistente, ou suportável e que o sucesso seja o cume da montanha, mas sabemos que quando estamos no começo da escalada, a montanha sempre cresce. A força é uma coisa que precisa vir de dentro e ela só virá, quando não mais tivermos aquele repertório de desculpas prontas e esfarrapadas, para tentar justificar aquilo que muito bem não flui. A gente só vai pra frente, quando não nos resta mais outra saída, senão andar, ainda que a força.


Somos seres conformados e mimados, estamos acostumados a acreditar que as coisas irão se ajeitar sozinhas, mas não é bem assim. O que acontece é que se você não faz, alguém mais bem disposto fará, sendo que a ação deste indivíduo poderá ou não lhe ser aproveitável, e poderá assim lhe causar deletérios. Portanto não é bom arriscar. Eu costumo ver pessoas inertes (como eu), que por permanecerem grande parte das vidas delas esperando as coisas que mais querem, cair do céu, quando não obtém o "pomo da discórdia" desejado, acabam culpando as circunstâncias, que coitadas, são paus-mandadas daqueles que sabem arregaçar as mangas e trabalhar as suas vidas, por medo de morrerem  na inutilidade.


Está vendo? É fácil saber o que me falta, difícil é entender por que ainda não fui lá mudar as coisas, virar tudo de cabeça pra baixo e me tornar rainha de mim. 




Eu sou um ser absolutamente estranho que ainda não aprendeu a lidar consigo mesmo. Neste plano, os sentimentos e as sensações são muito mais fortes, são intensas e coisas pequenas, de baixa importância, parecem a explosão de bombas atômicas dentro de uma casa na árvore. 


Eu penso que poderia enlouquecer, mas acho que já nasci louca.




E que Deu me ajude hoje e sempre.




Procuro por fim, um mundo onde as pessoas sejam de verdade e não tenham medo ser assim, reais.



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