sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As ruínas

As ruínas

No fundo do mar, os corais.
Dentro de mim, o meu coração.
Dentro dos seus olhos, carnavais.
Dentro da nossa história, a indagação.

O que foi dito
O que foi colhido
Quase nada foi aproveitado
E pôs-se a sentença
O veredicto

Vingança não compensa
Raiva mata
É doença
Rancor desgasta
A saudade é imensa
E nada te afasta

O eco da solidão
Grita tão alto
Que ensurdece
Agride minha emoção
Estou tão descalço
Que quase sinto o chão

Mas hoje
Especificamente falando
Não pude acordar
Apenas não consegui ver o dia
Não senti nada especial
Foi o momento em que vi
Que não mais lhe tinha...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Meninas, garotas e mulheres

Eu sou uma menina
Você é uma menina
E o que podemos fazer?
Nossas experiências são tão concisas
Somos jovens
Somos tão genuínas

E o que pode se dizer?
Ainda não rompemos o lacre
Mas queremos saber

Eu sou uma garota
Você é só uma garota
E o que podemos fazer?
Nós vestimos qualquer roupa
Somos suaves
Somos tão loucas

E o que podemos pregar?
Cuspimos palavras
Não sabemos onde elas vão parar
Não queremos ver o preço que vamos pagar

Eu sou uma mulher
E você é só uma mulher
E o que podemos fazer?
A gente pode ir onde a gente quiser
E assim a gente pode se perder
Eu sei quem eu sou
Você sabe quem você é
Mas isso não é o suficiente

E o que podemos dar?
Será que já não perdemos o bastante?
Sei o que nos é elementar
Mas certas respostas se mostram insignificantes

Eu sou eu
E você é só você
Nós temos uma a outra aqui
E nada mais precisamos fazer